segunda-feira, 28 de março de 2011

Notícias de Março 09 - Capitalismo de Laços aplicado II - a missão.

O livro do professor Sérgio Lazzarini, Capitalismo de Laços, inicia-se com a controvérsia envolvendo conflitos entre a gestão da Vale, empresa brasileira e uma das maiores mineradoras do mundo, e o Governo brasileiro, representado no conselho administrativo da empresa pela participação do BNDESPAR (braço acionário do BNDES) e da PREVI (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil). Na ocasião, falava-se das pressões do governo para que a Vale excedesse o ramo da mineração e entrasse no ramo de produção, o que ampliaria o valor agregado das exportações brasileiras. A posição do então "chefão" da Vale, Roger Agnelli, era de que o nicho competitivo da Vale era no setor de mineração, onde ela estava muito bem, não fazendo sentido comercial entrar em um ramo onde existem competidores internacionais fortes e desvantagens que tornariam a Vale pouco competitiva, fazendo-a perder dinheiro. As movimentações em torno do nome de Sérgio Rosa, então presidente da PREVI, para substituição de Agnelli envolviam inclusive o homem mais rico do Brasil, Eike Batista. Ontem a revista Exame (27/03/2011) publicou matéria afirmando ser uma questão de tempo a saída de Agnelli, que já teria desistido da batalha hercúlea que vinha travando para permanecer à frente da Vale. Segue link: http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/para-governo-saida-de-agnelli-ja-esta-definida O nome de Sérgio Rosa não aparece na corrida sucessória. Porém, a motivação da saída de Agnelli repousa efetivamente sobre a pressão para mudanças no rumo da Vale. Após afirmações do então presidente Lula sobre a necessidade da Vale trabalhar com produtos de maior valor agregado, foi a vez agora do governo Dilma reafirmar a sua divergência quanto ao foco exclusivo da gestão Agnelli na atividade de mineração. A questão principal aqui é o envolvimento direto do governo na definição da estratégia comercial de uma empresa privada. Por um lado, se era para continuar mandando, por que privatizou em primeiro lugar? Por outro lado, o governo não deixa de estar exercendo o seu papel de acionista, afinal ele detém posição acionária na empresa e assento em seu conselho administrativo, ou seja, qual deveria ser sua postura? Macaca de auditório, aplaudindo o Agnelli? Para além da conduta para lá de justa do governo enquanto acionista se posicionar quanto aos planos da empresa na qual detém posição acionária, uma outra questão (ou melhor, um outro nível da mesma questão) se coloca: Sendo acionista de uma empresa privada e, portanto, preocupada com lucro não com superávit da balança comercial, não teria o governo que se conduzir dentro da administração da empresa mais como empresário do que como governo? Para tornar ainda mais clara essa conta, vamos separar a atuação do BNDESPAR, uma instituição legitimamente pública, vinculada a uma instituição 100% pública (BNDES), da atuação da PREVI, uma instituição mista, envolvendo gestores públicos e privados, mas que deveria ter como objetivo principal gerar fundos para garantir a aposentadoria de seus membros e não ser ponta de lança da estratégia governamental de desenvolvimento, baseada na agregação de valor a nossa pauta de exportações. Será que diante da resistência de Agnelli em levar a Vale para o setor de siderurgia, com base em argumentos comerciais (alta competição internacional no setor), a PREVI coordenar um esforço para mudança de rumo, agindo como correia de transmissão do governo e, consequentemente, correndo sério risco de perder dinheiro e prejudicar seus membros, composta não pelo alto gabinete da Presidenta Dilma, mas pelos funcionários do BB, poderia ser uma conduta aceitável? Acreditamos que não. Na resenha em que discuto o livro "Capitalismo de Laços", já disponibilizada aqui no NBR, contraponho algumas observações à tese dos fundos de pensão como meras correias de transmissão do governo. Mostra disso é o afastamento dos diretores de fundos de pensão envolvidos nas negociações que levaram à saída da TIW no mercado de telecomunicações brasileiro. Por outro lado, a manutenção de posições acionárias relevantes em empresas estratégicas que foram privatizadas torna no minimo esperado o condicionamento da sua atuação a fatores outros que não a mera geração a curto prazo de lucro para os acionistas, da mesma forma como outros acionistas podem ter como motivação exclusiva o lucro. A atuação da empresa será fruto dessa interação entre os interesses de seus acionistas. Porém, para o governo deter, mediante BNDESPAR e, indiretamente, PREVI, uma posição acionária significativa numa empresa do porte da Vale, deve ter havido um investimento significativo de recursos públicos para aquisição dessa posição. Sendo assim, conduzir (ou pelo menos tentar conduzir) a estratégia da empresa de acordo com os interesses do governo (assim como qualquer outro acionista faria em relação aos seus próprios interesses) parece o único comportamento capaz de justificar o investimento feito. Para os que se opõem a esta interferência, resta estabelecer como critério de privatização a exclusão completa de qualquer comprador que tenha a mínimo vinculação de propriedade com o governo. Fora isso, o que se tem é o comum em qualquer conselho administrativo de uma grande empresa: uma briga entre os acionistas para ver quem tem a unha maior e garante os seus interesses (sejam eles públicos ou privados).

domingo, 27 de março de 2011

Notícias de Março 08 - Educação - Negócio da China

Infelizmente não pude colocar o link aqui por problemas no site do Jornal A Tarde (Salvador), mas me chamou atenção o artigo do Fábio Colleti Barbosa (presidente do Grupo Santander Brasil e da FEBRABAN) publicado na edição desse domingo (Jornal A Tarde, 27/03/2011). Segue o link de outro blog que publicou o texto, extraído, desta vez, da edição de domingo da Folha de São Paulo: http://carcara-ivab.blogspot.com/2011/03/educacao-o-negocio-da-china.html A discussão levantada por Colleti é bastante significativa no atual debate em torno da Política Industrial. Ele levanta a questão da contraposição Políticas Horizontais X Políticas Verticais, ao afirmar que "(...) o que acontece na China não me parece algo passageiro ou fruto de uma estratégia apenas focada em subsídio ou distorção cambial. A crescente eficiência da China está sendo alicerçada com vultosos investimentos na qualidade da educação em todos os níveis." A questão aqui é: vale mais a pena investir em políticas verticais, que favorecem algumas indústrias especificamente (na linha do que discuto acerca da estratégia de formação de multinacionais brasileiras) ou investir em políticas horizontais que favorecem todos os setores econômicos, como educação, infra-estrutura logística, etc? Quem aposta na necessidade de uma atuação ativa dos Estados na condução de uma Política industrial (Chang, Rodrik, Fleury & Fleury), apesar de não desconhecer os frutos a longo prazo do investimento no capital humano (se não por razões "humanitárias", pelo simples fato de que o futuro da economia está na economia do conhecimento, nos produtos com alto valor agregado, ou seja, precisaremos cada vez mais produzir cérebros, em substituição - ou complementação - ao petróleo, soja, carnes, etc. Porém, produzir cérebros demora e não dá para congelar a economia - e as oportunidades que surgem AGORA - por 30 anos), reconhece igualmente a necessidade de investir agora, seja para surfar na onda da economia aquecida, seja para vencer a corrente contrária da economia em crise. O fato é que essas duas posições não são excludente (ninguém defende investimento totais apenas em um dos lados da equação - seja para não parecer ingênuo, seja para não parecer desumano). Porém, em seu tratando de especialistas em uma "ciência da escassez", os economistas tendem a se posicionar quanto à preponderância de uma sobre a outra. Há os que vêem a política comercial agressiva da China (que incluem a "distorção cambial" citada por Colleti) como uma "bolha estratégica", ou seja, uma estratégia de efeito rápido, mas insustentável no futuro; e há os que vêem a Política Industrial como um reconhecimento do óbvio - o mercado não funciona sozinho, principalmente a favor dos que estão do lado errado da banca de negociação. Essa discussão foi levantada também por Sérgio Lazzarini, em uma das nossas conversas por e-mail. Ele mostrou a importância de olhar o outro lado da cerca (uma vez que eu estava - e, por enquanto, ainda estou - inclinado a defender a necessidade de uma Política Industrial) e ver a importância das políticas horizontais. Segue o link do artigo que ele me indicou para ler (detalhe para o título, nada sutil: "Por que o Brasil não precisa de política industrial.") http://virtualbib.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/706/2191.pdf?sequence=1 Fiz uma leitura inicial desse artigo e - é claro - tenho algumas divergências, como a alegada negatividade absoluta da inflação - acredito que a mesma inflação alta que pode mostrar uma febre fatal da economia, pode, em sendo muito baixa, mostrar a falência de uma economia morta - e a relação direta entre um alto Gasto Público X PIB e ineficiência - que não poderia ser aplicada a países como EUA e Alemanha, cuja relação Gasto Público X PIB é alta, sem que estes países sejam apontados como ineficientes. Porém, o artigo levanta questões importantes, assim como o artigo de Colleti, que mostra, no mínimo, a necessidade de justificar claramente o porquê inclinar a balança do investimento público para as políticas verticais e, no máximo, o acerto em investir no ganho certo da educação e não na aposta incerta - e discutível - de favorecer algumas indústrias - e dentro, delas, algumas empresas - e não outras. Fazendo um reducionismo grosseiro - mas nem por isso menos preciso - seria como optar entre a segurança da caderneta de poupança ou o lucro alto do mercado de capitais. Nos anos 1980, a escolha era fácil: não tínhamos cacife para girar a roleta. Hoje, integrando o G7 da economia mundial, na minha opinião, podemos cobrir apostas e ganhar rodadas (como na OMC, como já comentei aqui). Hoje, ser um poupador ou um jogador? Para o Brasil, os dados estão rolando...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Notícias de Março 07 - BNDES com lucro recorde - R$ 9,9 bilhões em 2010.

A atuação do BNDES é um dos assuntos que mais interessam a esta pesquisa. Além da constante menção à atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (criado em em 1952, como BNDE, só recebendo o "S" trinta anos depois, em 1982) na discussão em torno do livro "Capitalismo de Laços", referência obrigatória nessa pesquisa, o BNDES também é crucial por capitanear, sob o comando de Luciano Coutinho, o processo de formação de líderes nacionais com vistas à inserção internacional.
Os últimos dados indicam que a atuação do BNDES, seja no fortalecimento do capitalismo de laços, seja na implementação da estratégia de formação de global players, estará mais forte que nunca. O site oficial do banco anunciou hoje (21/03/2011) um lucro líquido de R$ 9,9 bilhões, um aumento de 47,2% em relação ao ano de 2009. Veja o texto completo no link abaixo:
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Sala_de_Imprensa/Noticias/2011/financas/20110321_Lucro2010.html
Duas partes dessa notícia me chamaram mais atenção. Primeiro, diversamente do que alguns autores cogitam acerca do uso político dos investimento do BNDES, através do seu braço de participações acionárias, o BNDESPAR, essas participações se mostraram extremamente rentáveis em termos econômicos, conforme afirma o texto:

"O crescimento do Resultado com Participações Societárias, no ano passado, decorreu, principalmente, do acréscimo de 179,5% do resultado com alienações, que passou de R$ 1,2 bilhão em 2009 para R$ 3,2 bilhões em 2010. Este aumento foi possível em função de melhora nas condições de mercado no ano passado, quando comparado a 2009, o que possibilitou a realização de operações de giro da carteira de participações societárias. O bom desempenho reflete, também, a qualidade da carteira da BNDESPAR, braço de participações do BNDES."

Além disso, outro alvo preferencial das críticas à politização da atuação do BNDES é o seu sistema de monitoramento em seus contratos de investimento. Para tais críticos, esse monitoramento seria frágil, implicando na injeção de recursos públicos em empresas que não cumprem devidamente as metas de desempenho acertadas. O comunicado do BNDES, certamente em causa própria, mas nem por isso menos válido do que as denúcias feitas contra ele, afirma justamente o contrário, enaltecendo seu sistema de monitoramento nos seguintes termos:

"A qualidade de crédito é resultado da consistência de suas políticas. Os financiamentos concedidos pelo BNDES são objeto de contínuo acompanhamento e demandam garantias que cubram a posição devedora ao longo da vida dos contratos."

Assim, às críticas quanto aos seus critérios políticos de financiamento e ao seu monitoramento "camarada", o BNDES responde alegando a alta lucratividade dos seus investimentos, lastreados em rígido monitoramento quanto às metas de desempenho acordadas.
Apenas à título comparativo, o estudo do VEB, o similar russo do BNDES, considerando os dados de 2008 e 2009, apontou o BNDES como o quarto maior banco de desenvolvimento do mundo em valor de ativos, atrás apenas dos bancos de desenvolvimento da China, da Alemanha e da Coréia do Sul. Veja o texto acerca do estudo conduzido pelo banco russo:
http://www.amanha.com.br/component/content/article/482-bndes-brilha-em-relatorio-de-banco-russo

Considerando o grupo dos 10 maiores bancos de desenvolvimento do mundo, o estudo russo aponta as áreas em que o BNDES é imbatível e aquelas onde ele fica longe da medalha de bronze (ainda que muito melhor colocado que as cerca de 750 instituições semelhantes no mundo):

"Em rentabilidade dos ativos, em 2008, o BNDES ocupou o primeiro lugar, o chinês ficou em segundo e o VEB em sétimo. Em rentabilidade do capital, o primeiro lugar também foi do BNDES, o segundo do Banco Indiano de Desenvolvimento Industrial, enquanto o VEB ficou em sétimo. Em grau de liquidez dos ativos, também o BNDES ficou em primeiro, o chinês em segundo e o russo em sétimo.

O BNDES não aparece entre os três primeiros em valor total de ativos (chinês em primeiro), capital próprio (chinês em primeiro), valor do portfólio de créditos (alemão em primeiro; isto em 2008, talvez agora em 2010, com a recente superexpansão de crédito do BNDE,S o ranking mude) e ativos totais como percentual do PIB (coreano em primeiro)."


Se o BNDES já se destacava com os valores registrados em 2008 e 2009, ainda sob o impacto da Crise de 2008, certamente sua posição no ranking melhorou após o resultado expressivo de 2010.

Justificando a Pesquisa sobre Neodesenvolvimentismo e Política Industrial

Conforme já havia mencionado em outros post anteriores, estou disponibilizando aqui um dos textos já produto dos avanços da pesquisa de dissertação, em função das críticas no anteprojeto de que não havia suficiente indicação da relevância do tema. Segue o link para o texto (formatado como um pequeno ensaio)
http://www.4shared.com/document/DC9bhT3j/A_Atualidade_do_Tema.html
No texto, faço menção à atualidade das discussões sobre a interação entre Estado e Economia (principalmente a partir dos anos 2000 e, mais intensamente, a partir da crise mundial de 2008); sobre uma possível retomada de um modelo desenvolvimentista de Estado, evidentemente erguido sobre novas bases; e, mais intensamente, sobre a retomada da Política Industrial, através da PITCE/PDP, a partir de 2004.
A minha intenção com este texto foi ampliar a minha argumentação inicial quanto à relevância da discussão proposta, baseada tanto em um contexto mais amplo, focado no momento estratégico vivido pelo Brasil, em termos econômicos e políticos, quanto em um contexto mais estrito, focado na discussão corrente em vários setores da academia e do governo acerca do conteúdo da Política Industrial em curso.
A medida que os textos forem sendo produzidos (pelo menos mais dois, ainda consequência das críticas ao projeto: o referência teórico, baseado em uma vertente da Escola Institucionalista, mais especificamente, na Economia Política Institucionalista, proposta por Ha-Joon Chang; e uma revisão da literatura sobre Política Industrial, uma ausência imperdoável em um projeto de pesquisa que se debruçará sobre o tema), disponibilizarei aqui no blog.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Video Debate Capitalismo de Laços

Olá Colegas,
Conforme prometido (e depois de horas de trabalho, devido a incompatibilidades entre usuário e computador), disponibilizamos aqui o video do debate com o professor Sérgio Lazzarini sobre o seu livro "Capitalismo de Laços". Ele foi visto e aprovado previamente pelo professor Lazzarini, que gostou do video e enalteceu novamente a iniciativa do debate em si.
No video (que é, obviamente, uma edição de sete minutos da nossa 01:30h de debate), destacamos quatro pontos da fala inicial do professor Lazzarini (como surgiu a idéia do livro; o conceito metodológico de "mundos pequenos"; o resultado da pesquisa sobre a presença do Estado na economia; e o conceito ontológico de "Capitalismo de Laços"). Na sequência, temos alguns momentos do debate, com destaque para a discussão sobre PPPs.
Com a disponibilização deste video, estamos inaugurando oficialmente o blog neoestrategiasbrasil.blogspot.com, que será um espaço para discutir os pontos levantados no video e todas as outras questões envolvidas nas estratégias de desenvolvimento nacional. Aqui serão disponibilizados textos produzidos ao longo da elaboração da minha dissertação (processo que gerou o blog) e notícias sobre as questões relacionadas principalmente à política industrial brasileira. Sugestões de notícias e quaisquer outras contribuições serão sempre muito bem vindas.
Este é um espaço muito mais para troca de idéias do que para a exposição de um discurso único.
Sejam todos bem vindos!
Fagner Dantas

domingo, 13 de março de 2011

Notícias de Março 06 - CADE ganha prêmio de melhor agência antitruste das Américas em 2010.

Notícias de Março 06 - CADE ganha prêmio de melhor agência antitruste das Américas em 2010. (Jornal Valor Econômico, 14/03/2011)

A famosa expressão "só para inglês ver" ganhou uma nova conotação no mundo econômico hoje (14/03/2011). Se alguém em tom de crítica dissesse que o nosso sistema antitruste não passa de um sistema "só para inglês ver", ele não deixaria de ter razão. Só que em sentido contrário, positivo.
Uma notícia interessante foi dada pela conhecida Elizabeth Farina (textos lidos no mestrado), junto com Fabiana Tito, no Valor Econômico. Segundo a nota, o CADE foi considerado o melhor órgão antitruste das Américas. A escolha foi promovida pela revista Britânica Global Competition Review, que indicou três agências (as outras duas eram dos EUA e do Canadá) e deixou para os seus 2000 assinantes a eleição da campeã. Eles preferiram a agência brasileira, que teve casos de destaque, como o combate ao cartel dos gases, divulgados pela revista, especializada na defesa da competição global. Segue link:
http://www.valoronline.com.br/impresso/opiniao/98/396190/a-premiacao-internacional-e-a-demora-legislativa

A notícia é interessante porque contrabalança as críticas muitas vezes recebidas pelo CADE sobre facilidades envolvendo grandes fusões como Sadia-Perdigão, Itaú-Unibanco e no setor de eletrodomésticos (GPA+Casas Bahia+Ponto Frio; Ricardo Eletro+Insinuante). Pude acompanhar um pouco mais de perto a atuação do nosso sistema antitruste nas aulas do professor Marcus Alban, principalmente na sua comparação com o sistema americano, da Federal Trade Comission. Apesar de ainda ter algumas incongruências, principalmente quanto às divergências de pareceres entre SDE, SEAE e CADE, não acho que dá para jogar a água do banho com a criança dentro, o que parece ser comprovado com o prêmio. Por outro lado, críticas ao CADE não faltam, como é exemplo o livro "Autonomia Frustada", do sociólogo Carlos Alberto Bello. Mesmo sem ter lido ainda (está na minha lista de compras, com certeza), o título e as declarações do autor já deixam clara sua posição diante do desempenho do órgão antitruste máximo no país. No link abaixo, temos uma entrevista do autor, comentando o seu livro e a atuação do CADE:
http://www.boitempo.com/publicacoes_imprensa.php?isbn=85-7559-062-6&veiculo=Portal da Unesp

Será que em quatro anos (o livro do professor Bello é de 2006), foi o CADE que mudou a ponto de receber um prêmio internacional de excelência ou o sociólogo da UNESP exagerou na mão?
A importância dos órgãos de defesa da concorrência é inegável para as temáticas discutidas aqui no NBR, seja em função do que já se colocou aqui sobre os riscos expostos no livro "Capitalismo de Laços", do Sérgio Lazzarini (já citado aqui), seja em função das justificativas necessárias à criação de líderes nacionais, ponto crucial, ainda que porcamente embasado, da Política Industrial nacional. Como justificar os ganhos de escala necessários para a inserção de uma marca global brasileira (objetivo encampado pelo governo, ora com maior, ora com menor explicitação, nos casos da AMBEV - no setor de bebidas -, da BRF - no caso dos alimentos - e da JBS-Friboi - no caso da carne bovina) diante da certeza de que tais gigantes dominarão o mercado nacional? Questões como essa (e como a recentemente comentada aqui mesmo no NBR sobre o setor de energia) pousam direto no colo do CADE. Por hora, é bom saber que se trata de um colo premiado. Tomara que não seja mesmo "só para inglês ver."

Notícias de Março 05 - Segundo The economist, sucesso chinês se deve mais ao setor privado que à intervenção governamental.

Notícia 5 - O sucesso da economia chinesa não está na ação mais presente do Estado, mas no seu setor privado (The Economist, 10/03/2011)
Essa matéria, também do The Economist, me lembrou o malabarismo feito pelo Banco Mundial no relatório de 1993, The Asian Miracle. Neste relatório (que comento no texto que colocarei em breve sobre a justificativa de se discutir política industrial no Brasil hoje), o Banco Mundial tinha que encarar o dinamismo da economia asiática nos anos 1970 e 1980, sem negar o Consenso de Washington. Tarefa difícil diante do desprezo dos países em questão, com Japão à frente, diante das recomendações de liberdade ao mercado e saída do Estado da economia. A solução foi vincular o dinamismo asiático às características idiosincráticas da cultura oriental, de base confucionista. Ou seja, não transmissível a outros países, diferentemente do Consenso de Washington, que daria certo (sic!) em qualquer país. Na reportagem do The Economist, afirma-se que, diferente do que a maioria pensa, o sucesso chinês, com seu crescimento constante de dois dígitos, não se deve tantos aos burocratas do governo e seu apoio às empresas (diga-se de passagem, que tem sua importancia reconhecida no texto), mais sim aos empreendedores chineses. A matéria comprova a afirmação com dados como o de que 70% do PIB da China é de responsabilidade de empresas não majoritariamente estatais, situação oposta a vivida há três décadas, quando praticamente todo PIB era gerado por empresas estatais. Outra informação que apoia a tese é de que apenas 10% das empresas chinesas são estatais. O artigo aponta como principal problema um dos fatores desse dinamismo privado chinês que é a falta de uma base institucional forte, principalmente no que toca aos direitos trabalhistas (que permite a exploração de trabalhadores) e aos direitos de propriedade intelectual (que desistimula a inovação). Trata-se de um libelo contrário ao que o jornal chama de "Consenso de Beijing" que prega que o capitalismo dirigido pelo Estado e o controle político rigoroso formam o elixir do crescimento econômico. O jornal conclui dizendo que o "Capitalismo com Características Chinesas" funciona muito mais por causa do capitatalismo do que por causa das características chinesas. Segue o link da matéria:
http://www.economist.com/node/18332610

Sinceramente, considerando que o clima de questionamento do Consenso de Washington em 2011 é muito maior do que em 1993 (Após a crise de 2008, o que tem de obituário do neoliberalismo não é pouco não!), trata-se de uma argumentação bastante ousada. Afinal, se na década de 1990, totalmente galvanizada em torno do fim do socialismo real com os eventos de 1989/1991), o Banco Mundial teve que lançar mão do confucionismo para justificar o dinamismo asiático (ou seja, dizia exatamente o oposto do The Economist hoje, que o capitalismo funcionava na Ásia por causa de características intrínsecas à Ásia e não ao capitalismo), dizer hoje, depois das sucessivas crises financeiras dos anos 1990 e principalmente da crise de 2008, que a China cresce muito mais em função das forças de mercado do que da direção estatal da sua economia parece uma afirmação bastante audaciosa. Se o crescimento chinês fosse tão "market-led", porque a condução governamental da economia tem sido tão questionada na OMC? Certamente essa condução governamental não seria tão incômoda caso ela fosse tão inócua para o crescimento chinês. Em pelo menos dois casos, a China saiu perdedora em ações na OMC. No caso das tarifas sobre peças automobilísticas (ver link
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/02/14/china_condenada_pela_omc-425646411.asp), onde ela foi a Reclamada, sua política fo condenada em 2008. Suas esperanças de "dar o troco" foram frustradas em 2010, desde vez, como Reclamante, contra a política americana para tubos, pneus e embalagens fabricadas na China (ver link:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2010/10/22/internas_economia,219436/index.shtml). Assim, ainda que a produção efetiva que compõe o PIB chinês não seja efetivamente fabricada por empresas estatais, é difícil não considerar que as taxas de crescimento desse PIB não seja obra, em sua maior parte, das políticas industrial e de comércio chinesas, tão questionadas (sem quê nem por quê?) na OMC.

Um excelente contraponto a essa visão é a do sempre instigante Dani Rodrik. Rodrik é um dos principais pensadores mundiais sobre políticas industrial, e um defensor delas. Uma síntese da sua posição pode ser vista num artigo publicado no jornal Valor Econômico (13/04/2010), sobre a volta da Política Industrial à agenda governamental. E não só no Brasil. Segundo a introdução do artigo, os governos da França (sempre considerado interventor) e da Inglaterra (sempre, porém erroneamento, segundo H.J. Chang, considerado liberal) estão usando, e muito, políticas industriais. Até economistas do Banco Mundial (quem diria isso na década de 1980 e de 1990, antes do "turn around" de 1997), como Justin Lin, e a Consultoria McKinsey, estão espalhando os bons augúrios trazidos pelas políticas industriais ao redor do mundo. Veja o link do artigo do jornal Valor Econômico:
http://www.observatoriousp.pro.br/a-volta-da-politica-industrial/
Além das posições de Rodrik, favoráveis à existência de políticas industriais (semelhante à minha posição, pelo menos antes de aprofundar a pesquisa de campo), uma outra qualidade dele é disponibilidade que ele dá aos seus textos e produções intelectuais no blog:
http://rodrik.typepad.com/
E que venha o bom combate de idéias!

Notícia de Março 04 - The Economist aponta legislação trabalhista brasileira como responsável por baixa produtividade.

Notícia 4 - The Economist aponta legislação trabalhista brasileira como uma das causas da baixa produtividade da economia nacional. (The Economist, 10/03/2011)
No site do The Economist, há um claro questionamento quanto ao peso da legislação trabalhista sobre a competividade da industrial nacional. Em uma audio-reportagem disponível no site do jornal inglês, afirma-se que a legislação trabalhista é um emaranhado de artigos espalhados pela Constituição Federal de 1988 e pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, a legislação praticamente estimularia o trabalhador a ser demitido, pois exige que o empregador deposite recursos que só poderão ser resgatados na sua demissão, estimulando a troca constante de empregos e, consequentemente, diminuindo a sua especialização e a sua produtividade, em função dos vários retreinamentos necessários para a sua volta ao mercado. Outro fator levantado pela matéria diz respeito ao Judiciário, que seria extremamente "pro-worker" e, portanto, alimentaria essa tendência demissionária do mercado de trabalho brasileiro. Segue link da audio-reportagem:
http://www.economist.com/node/18332906

Notícias de Março 02 - Estudo aponta problemas para a economia brasileira em 2011

Noticia 2 - Estudo do Professor Reinaldo Gonçalves aponta problemas à vista para a economia brasileira em 2011/2012 (Jornal Nacional, 11/03/2011)
Outra notícia interessante que vi no Jornal Nacional de hoje (11/03/2011) e que corri atrás na internet foi o estudo do economista Reinaldo Gonçalves sobre a evolução da panorama econômico brasileiro com base nos últimos dados do IBGE e do FMI. Conheço um pouco da obra do professor de Economia Internacional da UFRJ, (já li "Ô Abre-Alas", "O Vagão Descarrilhado" e "A Economia Política do Governo Lula", este com o professor Luiz Filgueiras, da UFBA). Ele é indiscutivelmente uma das autoridades sobre a presença brasileira na economia mundial. Pelos títulos de outros livros que ainda pretendo ler dele (p. ex. "Globalização e Desnacionalização") e pelo que li em "A Economia Política do Governo Lula", dá para ver que ele é bastante crítico, tanto com relação ao papel do capital internacional na nossa economia (que foi bastante relativizado no livro do Sérgio Lazzarini, cuja resenha disponibilizei aqui) quanto em relação ao desempenho do Governo Lula. Vou disponibilizar aqui o link para o texto, mas já trago as cinco conclusões sobre as quais ele estrutura o texto: 1) fraco desempenho pelos padrões históricos do país (o crescimento do PIB na Era Lula - 2003 a 2010 - foi de 4% enquanto a média histórica - 1890 a 2010 - foi de 4,5%); 2) fraco desempenho em relação aos outros presidentes (considerando o desempenho da economia, Gonçalves compara Lula aos demais presidentes e ele se sai mal - tem 18 presidentes com desempenho melhor. Gonçalves usa esse mesmo índice presidencial em "Economia Política ..." e desde lá considero-o bastante díficil de engolir pois compara circunstâncias históricas como se fossem suscetíveis de habilidades presidenciais melhores ou piores. É no mínimo discutível); 3) retrocesso em relação à economia mundial (como se pode ver no texto, dos três indicadores usados pelo autor, só há dado comparativo e, portanto, capaz de indicar retrocesso, no caso da relação PIB/Per Capita, onde foi da posição 66 para a posição 71); 4) o país foi fortemente atingido pela crise de 2008 (Igualmente discutível. O autor refere-se a primarização das exportações, o que parece inegável. Porém desconsidera a maior demanda por commodities, principalmente por parte da China e do restante da economia aquecida pré-2008, o que fez o preço das mesmas disparar, não podendo ser considerado, no curto prazo, um problema (que fatalmente será no longo prazo, pois nossas exportações precisam avançar em termos de valor agregado). Além disso, commodities como produtos agrícolas, aço e petróleo são produtos básicos de qualquer economia. Em caso de crise, são os últimos a serem cortados da pauta de importações (novamente, ponto para as commodities); 5) o ajuste brasileiro posterior à crise de 2008 foi feito tendo como parâmetro a eleição de 2010 e não se sustentará a partir de 2011 (Essa é a conclusão mais importante. Comemorei os números recentemente anunciados do crescimento do PIB em 2010, que levaram o Brasil para a sétima posição na economia mundial. O autor coloca três fatores que implodirão esse crescimento da economia brasileira a partir de 2011: desajuste macroeconômico; pressão inflacionária; deterioração das contas externas). Quanto a este último ponto, precisarei refletir mais sobre cada ponto. Segue o link para o texto completo de Reinaldo Gonçalves:
http://www.joserobertoafonso.com.br/attachments/article/1668/reinaldo.pdf

Notícias de Março 03 - Capitalismo de Laços na prática

Notícia 3 - Capitalismo de Laços na prática (Jornal Valor Econômico, 12/03/2011)
Notícia fresquíssima. Hoje (12/03/2011), o jornal Valor Econômico publicou movimentações da CPLF e da Neoenergia no sentido de uma possível fusão. O que é que isso tem a ver com o NBR? O texto da matéria é claro na materialização do Capitalismo de Laços ilustrado por Sérgio Lazzarini no seu livro já comentado aqui. Ali está claramente colocada a importância para a evolução dessa negociação da presença da PREVI simultaneamente no bloco de controle das duas empresas. O autor coloca bem em seu livro (especialmente no capítulo 4 - Jogos de Elites) como a presença de um mesmo ator (no caso a PREVI) nos blocos de comando de duas empresas do mesmo setor (CPLF e Neoenergia, ambas empresas elétricas) pode conduzir a uma orquestração de estratégias, inclusive com possíveis danos à concorrência. Tendo em vista esse aspecto, bem como os aspectos mais gerais no sentido de aumento de concentração no setor e valores envolvidos, essa fusão, caso seja levada adiante, deverá entrar na pauta do CADE, SDE e SEAE. Segue link da matéria:
http://www.valoronline.com.br/online/energia/54/396012/controladores-de-cpfl-e-neoenergia-estudam-combinacao-das-empresas

quinta-feira, 10 de março de 2011

Brasilianas - Luiz Nassif - Política Industrial

Para qualquer pesquisador da nova política industrial, esse programa da série Brasilianas, apresentada pelo economista (e bandolinista) Luiz Nassif, já se tornou clássico. Na verdade, mesmo quando eu já tinha definido que meu tema no mestrado seria o neodesenvolvimentismo, pensava em trabalhá-lo a partir das políticas de desenvolvimento urbano, dado a minha formação (além de bacharel em direito, sou bacharel em urbanismo também, área na qual atuo profissionalmente) e de um trabalho que estou concluindo para subsidiar a elaboração da Política Estadual de Desenvolvimento Urbano ("Competência e Capacidades do Estado para o Desenvolvimento Urbano". Uma apresentação desse trabalho está no link http://www.sedur.ba.gov.br/sgt/Avaliacao_Competencias.pdf ). Porém, foi assistindo casualmente esse programa que visualizei a possibilidade mais prática de estudar o neodesenvolvimentismo a partir da política industrial que foi, de fato, retomada com a PITCE (2003) continuada pela PDP (2008). Assim, queria compartilhá-lo com vocês, pois talvez sem ele eu ainda estivesse refinando o meu tema (Que está se refinando cada vez mais: Começou com a Posição do Estado frente a Economia, passando por Neodesenvolvimentismo; Neodesenvolvimentismo X Patrimonialismo; Política Industrial; PITCE/PDP; até a estratégia específica de Formação de Multinacionais Brasileiras). Segue o video:
http://www.youtube.com/watch?v=tAgavHyP438

Notícias de Março 01 - Política Industrial brasileira é questionada pelos EUA

Neste espaço serão disponibilizadas notícias do mês sobre a temática do NBR. Conforme elas forem saindo, eu as veja ou vocês as indiquem, elas serão colocadas aqui no mesmo post.

Notícia 1 - Política industrial Brasileira é questionada pelos EUA (Jornal O Estado de São Paulo, 22/02/2011)
A primeira notícia que me chamou atenção foi no site http://www.desenvolvimentistas.com.br/ (um site que, por razões óbvias, eu visito bastante). O texto de Jamil Chade, publicado no jornal O Estado de São Paulo, anuncia que diplomacia brasileira confirmou que recebeu um documento oficial do governo americano questionando algumas ações da política industrial do Brasil, entre elas a atuação do BNDES, incentivos à Zona Franca de Manaus, e a própria Política de Desenvolvimento Produtivo - PDP. Ainda segundo o jornalista, a diplomacia brasileira informou que considera o questionamento corriqueiro e que já está providenciando as resposta, que apenas justificam as ações em curso. De qualquer modo, o tema voltará a discussão na próxima reunião da OMC, em maio. Segue o link para o texto completo:
http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/blog/2011/02/22/brasil-rebate-eua-defende-politica-industrial/

Já me referi a esta reportagem em um texto que reforça a justificativa do meu tema no projeto de pesquisa (a justificativa foi um dos pontos avaliados como ainda insatisfatórios), e que pretendo disponibilizar aqui. Mas só cometando que, apesar do Brasil não ter ampliado sua fatia do comércio mundial (que gira em torno de 1%) na fase ascendente da economia mundial (2003 até 2008), a ampliação, em números absolutos, das nossas exportações durante a fase de crescimento da economia mundial já é motivo suficiente para incomodar países que poderiam ter abocanhado parte desse centésimo. Além disso, o terreno da OMC tem se mostrado bastante favorável às disputas envolvendo o Brasil. De 1995 até 2008, fomos vitoriosos em mais de 50% das ações como reclamante e em 90% quando éramos acusados (essas dados integram uma pesquisa citada no texto supramencionado que disponibilizarei aqui). Assim, cabe à comitiva brasileira na próxima reunião da OMC (a primeira da Era Dilma) afiar as garras e defender a nossa política industrial, mesmo diante de tantos questionamentos internos à mesma.

domingo, 6 de março de 2011

Resenha Crítica - Capitalismo de Laços

Segue a resenha crítica do livro "Capitalismo de Laços" do professor Sérgio Lazzarini. Como foi feita para um evento informal, algumas considerações em vermelho fazem referência a professores e colegas do mestrado, que devem ser desconsideradas. Espero que sirva como um pontapé inicial para as nossas discussões. Segue link:http://www.4shared.com/document/rGpDVxi0/RESENHA_LAZZARINI.html

Bem Vindos ao NeoEstratégias Brasil - NBR

Olá a todos. Este espaço foi criado para apresentar e discutir algumas das idéias, teses e sugestões de vários segmentos e pensadores a cerca da construção de estratégias de desenvolvimento para o Brasil. A idéia teve como pontapé inicial o processo de elaboração da minha dissertação de mestrado, entitulada: "Condições e Limites do Neodesenvolvimentismo no Brasil: um olhar a partir da Política Industrial da Era Lula (2003-2010)." Por ocasião de um debate organizado com o autor Sérgio Lazzarini, acerca do seu recém-lançado livro "Capitalismo de Laços", houve um novo estímulo para tirar a idéia do papel, em função das discussões ali postas e do interesse de um público diferenciado sobre as questões do desenvolvimento nacional. Assim, criamos o NBR como um espaço mais amplo para essas discussões. Aqui serão disponibilizados: 1) Nossos avanços no processo de pesquisa; 2)textos utilizados por mim ou sugeridos por colegas que se debruçam sobre o tema; 3) notícias relacionadas com o tema; 4) principalmente, opiniões sobre toda essa temática. O espaço está, desde já, aberto a todos os interessados. Como primeira contribuição, disponibilizarei a resenha crítica acerca do livro "Capitalismo de Laços", que foi enviada a todos os participantes do debate.