domingo, 13 de março de 2011

Notícias de Março 02 - Estudo aponta problemas para a economia brasileira em 2011

Noticia 2 - Estudo do Professor Reinaldo Gonçalves aponta problemas à vista para a economia brasileira em 2011/2012 (Jornal Nacional, 11/03/2011)
Outra notícia interessante que vi no Jornal Nacional de hoje (11/03/2011) e que corri atrás na internet foi o estudo do economista Reinaldo Gonçalves sobre a evolução da panorama econômico brasileiro com base nos últimos dados do IBGE e do FMI. Conheço um pouco da obra do professor de Economia Internacional da UFRJ, (já li "Ô Abre-Alas", "O Vagão Descarrilhado" e "A Economia Política do Governo Lula", este com o professor Luiz Filgueiras, da UFBA). Ele é indiscutivelmente uma das autoridades sobre a presença brasileira na economia mundial. Pelos títulos de outros livros que ainda pretendo ler dele (p. ex. "Globalização e Desnacionalização") e pelo que li em "A Economia Política do Governo Lula", dá para ver que ele é bastante crítico, tanto com relação ao papel do capital internacional na nossa economia (que foi bastante relativizado no livro do Sérgio Lazzarini, cuja resenha disponibilizei aqui) quanto em relação ao desempenho do Governo Lula. Vou disponibilizar aqui o link para o texto, mas já trago as cinco conclusões sobre as quais ele estrutura o texto: 1) fraco desempenho pelos padrões históricos do país (o crescimento do PIB na Era Lula - 2003 a 2010 - foi de 4% enquanto a média histórica - 1890 a 2010 - foi de 4,5%); 2) fraco desempenho em relação aos outros presidentes (considerando o desempenho da economia, Gonçalves compara Lula aos demais presidentes e ele se sai mal - tem 18 presidentes com desempenho melhor. Gonçalves usa esse mesmo índice presidencial em "Economia Política ..." e desde lá considero-o bastante díficil de engolir pois compara circunstâncias históricas como se fossem suscetíveis de habilidades presidenciais melhores ou piores. É no mínimo discutível); 3) retrocesso em relação à economia mundial (como se pode ver no texto, dos três indicadores usados pelo autor, só há dado comparativo e, portanto, capaz de indicar retrocesso, no caso da relação PIB/Per Capita, onde foi da posição 66 para a posição 71); 4) o país foi fortemente atingido pela crise de 2008 (Igualmente discutível. O autor refere-se a primarização das exportações, o que parece inegável. Porém desconsidera a maior demanda por commodities, principalmente por parte da China e do restante da economia aquecida pré-2008, o que fez o preço das mesmas disparar, não podendo ser considerado, no curto prazo, um problema (que fatalmente será no longo prazo, pois nossas exportações precisam avançar em termos de valor agregado). Além disso, commodities como produtos agrícolas, aço e petróleo são produtos básicos de qualquer economia. Em caso de crise, são os últimos a serem cortados da pauta de importações (novamente, ponto para as commodities); 5) o ajuste brasileiro posterior à crise de 2008 foi feito tendo como parâmetro a eleição de 2010 e não se sustentará a partir de 2011 (Essa é a conclusão mais importante. Comemorei os números recentemente anunciados do crescimento do PIB em 2010, que levaram o Brasil para a sétima posição na economia mundial. O autor coloca três fatores que implodirão esse crescimento da economia brasileira a partir de 2011: desajuste macroeconômico; pressão inflacionária; deterioração das contas externas). Quanto a este último ponto, precisarei refletir mais sobre cada ponto. Segue o link para o texto completo de Reinaldo Gonçalves:
http://www.joserobertoafonso.com.br/attachments/article/1668/reinaldo.pdf

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